“Meu nome é Joyce e eu sou uma compradora compulsiva.” “Oi, Joyce!”
Quando falamos de vícios, vamos direto aos clássicos : drogas, álcool, nicotina. Mas, como uma viciada (em nenhuma dessas coisas), devo trazer para a luz um fato: essas não são as únicas maneiras de você se tornar um viciado de merda.
Você pode ser um viciado em pornografia, em redes sociais (como muitas de minhas colegas amam escrever por aqui), em McDonald’s…. Particularmente, sinto que ninguém fala de um que é tão perigoso quanto: o vício em açúcar. Pelo contrário: ele é normalizado.
E é sobre meu vício em doces que vamos falar.
Por um tempo, pensei que era em chocolate apenas, mas não. Qualquer açúcar comestível é bom para mim. Exceto fini, chocando a população brasileira, nunca tive tanto apego a essas balas. Provavelmente porque meus pais não gostam e nunca compravam lá pra casa, e quando tive acesso a elas, achei qualquer coisa. O que não aconteceu com o chocolate, o sorvete, o doce de leite…
Contexto: minha introdução alimentar começou com um Cornetto. Sim. O sorvete de casquinha que vende no supermercado. E não estou brincando, minha mãe já falou sobre isso abertamente. Ok, ela não planejou meticulosamente, mas eu fiz seis meses no mesmo dia de um churrasco. Ela estava tomando a casquinha e me deu, aproveitando o embalo que a data trazia.
E aqui estamos. Sempre fui uma criança gorda (vamos evitar os diminutivos aqui) e eu sinto que tem uma relação com isso. Consumo açúcar adicionado desde a primeira infância, o dia mais tenebroso pra mim era o dia da fruta na escola, onde todo mundo era obrigado a lanchar fruta e beber suco. Ninguém podia comer nada que fosse diferente disso. (Como nenhum colega meu não teve uma alergia, já que as professoras eram quem escolhiam o que cada um ia comer -ou seja, até o direito das crianças de decidir pelo menos a fruta que ia consumir era invalidado- ? Só Deus sabe)
Sabe aquele áudio o do tik tok? “Pizza, coxinha… tudo que é massa”? Eu sou assim com doces. São poucos os que eu não como (e, olha que surpresa, são aqueles a base frutas!), e eu sinto necessidade de consumir pelo menos UM por dia.
Não importa quanto eu tente parar, cedo em menos de uma semana aos meus próprios desejos de comer um chocolatinho. Sabe as pessoas que em situação de estresse precisam fumar para se acalmarem? Eu preciso comer um chocolate. Eu preciso disso para me manter acordada.
Isso aqui é equivalente a um selo de qualidade comprovada para mim.
Eu sei que reconhecer que sou uma viciada já é um grande passo. O problema é que não é levado a sério o suficiente, a solução sempre é “fecha a boca”.
Vou dar um toque pra vocês musas fitness, pois na vida de vocês tudo é perfeito e café com Deus pai: falar isso para uma pessoa acima do peso é a mesma coisa que dizer para uma pessoa deprimida que ela deve começar a ser feliz. Ou seja: conselhos inúteis.
Para ter uma noção de como meu vício está fora de controle: eu tinha 24 reais para passar o resto do mês (tenha em mente que viramos, pois hoje já é dia 01/02 e isso foi na quarta). Gastei em doce, pois não tinha mais nada em casa.
Não existe reabilitação para viciado em açúcar. Se fosse possível, acredite, eu já estaria lá.
Qual a lição de moral? Não tem nenhuma.
Tô tentando me livrar disso também! Maldito açúcar